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Este homem não é o personagem desta matéria, mas com certeza ele não nasceu mendigo |
Luís Alberto Alves
Na manhã de hoje
(26) presenciei uma cena deplorável: na
calçada de uma rua, travessa da Avenida Conselheiro Furtado, Liberdade, Centro
de São Paulo, encontrei um morador de rua, trajando roupas meio limpas, com
mala de viagem e camisa e calça numa sacola. Ao seu redor lixo e moscas
sobrevoando seu corpo. Falava palavras desconexas.
No início da tarde
passei pelo mesmo local e ele estava dormindo quase no meio fio da rua e mais
moscas pairando sobre seu corpo. Pensei em fotográfa-lo, mas me contive. Seria
explorar a miséria alheia. Meditei sobre minha vida, a família linda que Deus
me deu, o trabalho onde ganho meu sustento, numa época de tantas demissões,
principalmente nas empresas jornalísticas, a saúde que permite a realização de
diversas tarefas.
O que levou aquele homem, de cerca de 38 anos,
branco, magro, estatura mediana, a fazer da calçada sua casa? Por que falava
palavras sem sentido, sentado perto de vários sacos de lixo? Tem ou já teve
família? Qual razão para jogá-lo nesta situação humilhante? Através daquele
morador de rua, Deus me fez refletir em questionar menos, agradecer mais e
continuar mantendo foco na vida.
Tudo pode acontecer
com o ser humano. Hoje de pé, amanhã caído ou vice-versa. O orgulho às vezes
faz muitas pessoas pensarem que são indestrutíveis. Nunca o mal irá alcançá-la.
Passam a agir irresponsavelmente. Perdem o respeito pelo próximo. Ignora os
familiares, amigos e até mesmo Deus. É o caminho para a derrocada. Ninguém
nasce mendigo. A vida o transforma. Alguns conseguem se levantar, outros morrem
deitados, mergulhados no mar da miséria.
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