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Caminhão que dispensa o uso de motorista, testado nos Estados Unidos |
Luís
Alberto Alves
Vejo com certo espanto a notícia de que em
breve teremos caminhões sem motoristas. Para pessoas afastadas do jornalismo
automotivo é algo espetacular, fora do comum. Durante certo tempo trabalhei
escrevendo matérias sobre veículos. Gostei tanto, e criei um blog (www.yohahautomotors.blogspot.com.br).
Ali relato algumas experiências da indústria automobilística. Portanto esse
assunto não é novidade para mim.
O modelo Actros, da Mercedes-Benz, por exemplo,
é muito avançado. Participei de test-drive, dirigindo cavalo-mecânico puxando
duas carretas, totalizando 42 toneladas de carga. É mais fácil de conduzir do
que automóveis populares. Câmbio automático. Oferece a facilidade de seleção de
marchas, tanto na subida quanto na descida.
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O cavalo mecânico Actros, que puxa uma carreta de 42 toneladas |
Mesmo na Serra do Mar, onde pilotei essa fera,
ele desceu parte da rodovia, usando o freio motor, ou seja, não foi preciso
pisar nos pedais normais. Ele é dotado de dispositivo responsável por medir a
distância do veículo da frente. Evita colisão. Caso o motorista durma, consegue
frear automaticamente, além de acender o pisca alerta e acionar as buzinas
avisando a anormalidade.
Se alguma peça quebrar, no painel é acessa uma
lâmpada e dependendo da cor, o motorista conhecerá a gravidade do problema. Na
oficina, o mecânico pluga o cabo do notebook no painel do caminhão e aparece
qual é a peça danificada.
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O interior do Actros; em matéria de conforto não deve nada aos carros de passeios |
Numa entrevista coletiva perguntei para os
engenheiros quando seria possível lançar veículos de carga sem a presença de
motorista. Eles foram rápidos e concisos: “Temos a tecnologia, apenas
aguardamos o momento certo. No Brasil poderíamos lançar caminhões mais
avançados, mas a conservação das rodovias é péssima, e dificultaria o trânsito
desses produtos”.
Caso fosse possível comprar apenas o cavalo-mecânico
(para os leigos é o caminhão sem carroceria, de apenas seis rodas, destacando
apenas a cabine) o motorista iria desfrutar de todo conforto oferecido por
vários modelos já presentes em nossas rodovias. Ficou para trás a época de
precisar de esforço físico para engate de marchas ou ter pernas fortes para
usar a embreagem por causa da dureza.
O conforto e alta tecnologia estão presentes
na maioria das boleias. É fácil detectar esse detalhe nos preços desses
veículos: existem cavalos-mecânicos cujo valor atinge R$ 600 mil, sem a
carroceria, que, dependendo do modelo não sai por menos de R$ 250 mil. São
verdadeiras naves espaciais, calculando inclusive o consumo, o esforço feito
nas subidas, quantas vezes a marcha foi engatada, registro de pressão nos
pneus, aceleração excessiva. Enfim radiografia total de uma viagem na estrada.
Em termos de tecnologia, as montadoras de caminhões estão muito avançadas em
relação aos automóveis de passeio.
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