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Medicamento, segundo depoimentos, já contribuiu para regressão do câncer em diversos pacientes |
Luís
Alberto Alves
O Plenário da Câmara dos Deputados
aprovou nesta terça-feira (8) o Projeto de Lei 4639/16, autorizando a produção
e o uso da fosfoetanolamina sintética aos pacientes com câncer mesmo antes da
conclusão dos estudos que permitam à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) analisar o pedido de registro definitivo dela como medicamento. A
matéria será analisada ainda pelo Senado.
De autoria de um grupo de trabalho
sobre o tema, que atuou no âmbito da Comissão de Seguridade Social e Família da
Câmara, o projeto foi assinado por 26 deputados, entre membros da comissão e
outros que apresentaram propostas sobre o tema anteriormente.
O texto permite que os pacientes
façam uso da substância por livre escolha se diagnosticados com câncer e se
assinarem termo de consentimento e responsabilidade. A opção pelo uso
voluntário da fosfoetanolamina sintética não exclui o direito de acesso a
outras modalidades terapêuticas.
Relevância pública
A substância é definida como de relevância pública e sua produção, distribuição, prescrição, dispensação e uso poderão ocorrer mesmo sem registro sanitário.
A substância é definida como de relevância pública e sua produção, distribuição, prescrição, dispensação e uso poderão ocorrer mesmo sem registro sanitário.
Os testes e estudos clínicos sobre
essa substância ainda estão em curso e a Anvisa não pode conceder o registro
sem a conclusão das pesquisas. Entretanto, a própria Anvisa terá de autorizar
os laboratórios que farão a produção e distribuição da fosfoetanolamina
sintética.
A aprovação deste Projeto de Lei é um
soco no queixo da máfia do câncer. Antes de chegar ao Congresso Nacional, o
assunto ganhou repercussão nas redes sociais. Claro, os grandes laboratórios
plantaram várias matérias na imprensa para desqualificar os 20 anos de estudos
feitos pelo professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), Orivaldo
Chierice. Nada disse valeu.
Histórico
A fosfoetanolamina é pesquisada pelo Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo, há cerca de 20 anos por meio de estudos conduzidos pelo professor aposentado da universidade Gilberto Orivaldo Chierice.
A fosfoetanolamina é pesquisada pelo Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo, há cerca de 20 anos por meio de estudos conduzidos pelo professor aposentado da universidade Gilberto Orivaldo Chierice.
A substância imita um composto que existe
no organismo, o qual sinaliza as células cancerosas para que o sistema
imunológico as reconheça e as remova. Os resultados podem variar de acordo com
o sistema imunológico de cada paciente, mas há vários relatos de casos de
regressão agressiva da doença e até de cura.
A fosfoetanolamina vinha sendo
distribuída de forma gratuita no campus da universidade, em São Carlos, mas, em
2014, a droga parou de ser entregue por causa de uma portaria determinando que
substâncias experimentais tivessem todos os registros antes de serem
disponibilizadas à população.
Sem a licença da Anvisa, essas
substâncias passaram a ser entregues somente se determinadas pela Justiça por
meio de liminares, que chegaram a ser suspensas pelo Tribunal de Justiça de São
Paulo. O presidente do TJ-SP, desembargador José Renato Nalini, reconsiderou a
decisão e informou, em outubro de 2015, que os pacientes que necessitam da
substância deveriam entrar com um pedido na Justiça.
Atualmente, cada cápsula tem um custo
de produção de menos de R$ 0,10 e, apesar do interesse de outro país em
fabricar o medicamento, o professor Chierice argumenta que isso tornaria
inviável o acesso à fosfoetanolamina pelo preço de venda.
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