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Radiografia da Notícia
* Evelyn Rosa, psicóloga do dr.consulta, traz pontos de atenção sobre o tema* Dados da pesquisa apontam que 8 em cada 10 alunos brasileiros de 15
anos disseram que se distraem com o uso de celulares
* Na média dos países da OCDE, são seis estudantes a cada 10 que se
distraem com os aparelhos digitais
Luís Alberto Alves/Hourpress
Com o início do ano letivo e a nova lei que proíbe o uso de celulares
para alunos da educação básica, muitos pais se preocupam sobre como
isso pode afetar o comportamento dos filhos nesse período de
adaptação. Pensando nisso, Evelyn Rosa, psicóloga do dr.consulta
trouxe dicas valiosas de como lidar com as crianças e adolescentes até
que eles se adaptem a esse novo momento nas escolas.
O uso excessivo de celular na sala de aula atrapalha o desempenho e
relações interpessoais de alunos do Brasil e de outros países, segundo
o Pisa, principal avaliação mundial da educação. Dados da pesquisa
apontam que 8 em cada 10 alunos brasileiros de 15 anos disseram que se
distraem com o uso de celulares nas aulas. Na média dos países da
OCDE, são seis estudantes a cada 10 que se distraem com os aparelhos
digitais.
“Acredito que a ideia principal é a melhoria do desempenho acadêmico
e relações interpessoais dos alunos, permitindo uma maior
possibilidade de concentração, sem a constante presença de redes
sociais, aplicativos de mensagens, jogos ou outros distrativos que os
dispositivos poderiam oferecer. O ambiente seria eliminado destes
fatores negativos podendo estimular os alunos a uma participação ativa
e foco nas atividades prioritárias”, destacou Evelyn Rosa, psicóloga
do dr.consulta.
Estratégias
A especialista alerta que os efeitos emocionais da proibição do uso de
celulares nas escolas podem ser desafiadores também para os pais.
Sendo assim, é necessário traçar estratégias que ajudem a lidar com
essa situação. Confira:
1. Comunicação Aberta: Incentive os jovens a expressar como se sentem
em relação à proibição, ouvir suas preocupações e frustrações.
2. Educação sobre o Uso de Tecnologia: Explique os motivos por trás
da proibição, como a promoção de um ambiente de aprendizado mais
focado - isso pode ajudar os jovens a entenderem a situação de forma
mais positiva.
3. Atividades Alternativas: Sugira atividades que não envolvam
tecnologia, como esportes, leitura ou hobbies criativos - isso pode
ajudar a preencher o tempo que antes era gasto no celular.
Jovem
4. Estabelecimento de Rotinas: Crie uma rotina que inclua momentos de
desconexão e interação social, ajudando os jovens a se adaptarem à
nova realidade.
5. Apoio Emocional: Esteja atento a sinais de estresse ou ansiedade.
Se necessário, considere buscar a ajuda de um profissional, como um
psicólogo, para apoiar o jovem durante essa transição.
Um relatório publicado pelo National Center for Health Statistics, do
Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, divulgado em
2024, mostra que o fato de o jovem não se sentir acolhido pela família
pode aumentar o risco de transtornos mentais e comportamentos de
risco. O documento aponta que apenas 27,5% dos adolescentes de 12 a 17
anos afirmam receber apoio social e emocional dos seus pais. Em
contrapartida, a maioria dos pais (76,9%) acredita que seus filhos
recebem todo o apoio que precisam.
Nunca
O estudo compara os dados do mesmo período da pesquisa em 2022 -
enquanto 58,5% dos jovens afirmaram que sempre ou geralmente receberam
o apoio social e emocional de que precisavam (mais da metade); já
21,6% disseram que isso acontecia às vezes e 19,9% afirmaram que
raramente ou nunca recebiam esse suporte. Ao avaliar a percepção dos
pais, os dados se mostraram bastante divergentes: 93% achavam que seus
filhos sempre ou geralmente recebiam o suporte necessário; 4% às vezes
e somente 2,9% raramente ou nunca.