Luís Alberto Alves
Em termos de Justiça, o Brasil está assando e nada de
protestos dos paneleiros, passeatas na Paulista e outras regiões do Brasil.
Parece que tudo está ok, nada de anormal ocorre nesta republiqueta de banana.
Quando a presidente Dilma Rousseff tentou emplacar o
ex-presidente Lula como ministro-chefe da Casa Civil, a grande imprensa,
vendida, caiu de pau. As ruas encheram de pseudos honestos, gritando palavras
de ordem contra o ato que visava protegê-lo das garras seletivas do juiz Sergio
Moro.
Agora o despresidente Michel Temer repete o mesmo
gesto com seu colega de gatunagem, Moreira Franco, que bebeu muita água no
barril da ditadura militar na década de 1970. Citado 34 vezes por delatores
detidos pela Operação Lava Jato, Moreira Franco ganhou status de ministro, para
ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e ficar livre da cadeia.
O juiz federal Eduardo Rocha Penteado, da 14ª Vara, comparou
o caso com a nomeação de Lula em 2016, suspensa pelo STF por decisão do
ministro Gilmar Mendes. AGU cassou a medida, que durou poucas horas. Nem bem
chegou o final desta tarde (9), uma juíza federal no Rio de Janeiro voltou a
suspender a nomeação de Moreira Franco.
Como miséria pouca é bobagem, o TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) do Rio de Janeiro cassou os mandatos do governador Luiz Fernando
Pezão (PMDB) e do seu vice, Francisco Dornelles, que é parente do tucano
senador Aécio Neves, também já citado por delatores na Lava Jato.
O mar de lama continua. A Polícia Federal encontra
indícios de que o recém-eleito presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ),
prestou favores à empreiteira OAS em troca de doações eleitorais no valor de R$
1 milhão em 2014.
Para encerrar a lista de motivos que deveria agitar os
paneleiros e críticos do governo Dilma Rousseff, o ministro licenciado da
Justiça e da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, nomeado por Temer para o
STF, é acusado de plagiar o autor espanhol Francisco Rubio Llorente em seu livro,
“Direitos Humanos Fundamentais”, editado em 1977. Tamanho absurdo, Moraes faz
campanha no Senado, enquanto a bandidagem toma conta do Estado do Espírito
Santo, com saldo de 95 mortos desde sábado, por causa da paralisação da PM.
A pá de cal contra a honestidade é a indicação do
senador Edison Lobão (PMDB/MA) para presidir a Comissão de Constituição e
Justiça do Senado, que irá sabatinar Alexandre de Moraes. É o mesmo de convidar
Fernandinho Beira-Mar para a pasta da Justiça...
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