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Partidos de esquerda precisam reciclar

  A editora Abril é outro exemplo de derrocada após dominar o mercado de publicação de revistas por mais de 50 anos e faliu   Luís Alb...

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Partidos de esquerda precisam reciclar

 


A editora Abril é outro exemplo de derrocada após dominar o mercado de publicação de revistas por mais de 50 anos e faliu

 

Luís Alberto Alves

 A derrota dos partidos de esquerda nesta eleição precisa servir para reciclagem de propostas. Nos erros existem mecanismos para conquistar a próxima vitória. É preciso humildade e fazer autocrítica. Lamentar não resolverá o problema. É hora de levantar a cabeça e começar a pensar em 2026.

O maior erro que um partido político comete, após chegar ao poder, é se acomodar. Esquecer as suas origens, as batalhas e os aprendizados que o levaram até o patamar atual. Grandes impérios caíram por causa da preguiça que se instalou depois de diversas conquistas.

Foi assim com Alexandre, o grande; com os romanos, os persas, os gregos. Foi assim, na área empresarial, com o poderoso Diários Associados, responsável pela criação da primeira emissora de televisão no Brasil, em 1950, e proprietário de imensa rede de jornais, revistas e numerosa emissoras de rádio.

 

Elite

 

A editora Abril é outro exemplo de derrocada após dominar o mercado de publicação de revistas por mais de 50 anos e faliu. Quando chegou ao auge, se acomodou. Ignorou a chegada de novas tecnologias no segmento de comunicação em massa.

O PT, fundado no início da década de 1980, demorou 23 anos para conquistar a presidência da República. Ralou muito. Foi alvo de chacota, de perseguição da grande mídia, alimentada pelo dinheiro da nossa elite, a mais atrasada do planeta. Permaneceu no comando do Brasil, 16 anos. Primeiro com Lula, reeleito e depois com Dilma Rousseff, sacada da presidência num golpe de estado com aval do Congresso Nacional.

Mas enquanto esteve no comando, de 2003a 2016, primeiro com Lula e depois com Dilma, o PT abaixou a guarda, mesmo quando teve maioria no Congresso Nacional. Em vez de passar o rolo compressor e aprovar e colocar em prática os seus projetos, ficou como jogador de futebol que dribla muito na área em vez de chutar a bola e marcar o gol. Agora colhe os frutos amargos dessa infantilidade.

 

Tiro

 

Em política não existe amadores, nem muito menos compaixão. É a regra dura da sobrevivência. O grande capital, que financia os seus parlamentares, vai jogar pesado para que nenhum projeto que coloque em risco a sua sobrevivência seja aprovado. Resultado disso é a reforma trabalhista de 2017, que foi um tiro de canhão contra as conquistas dos trabalhadores. Sempre será assim, no Brasil e em qualquer lugar deste mundo.

A população pobre se preocupa com três itens para continuar sobrevivendo: segurança, educação e saúde. O que sair disto é chover no molhado. Na periferia, onde mora o grosso do eleitorado, qualquer pessoa precisa sentir segurança, que não será alvo de assalto, de homicídio quando sair para trabalhar. Deseja que a sua família esteja segura. O mesmo se aplica à classe média, porque os milionários têm respaldo dos seus leões de chácaras e carros blindados.

A educação de qualidade para que os filhos deste trabalhador possam ter condições de prestar vestibular e conseguir aprovação. Educação significa boa escolas públicas, com professores ganhando salários dignos e condições ideais para o exercício de sua profissão. Essa educação precisa ser ótima desde a Ensino Infantil ao Ensino Superior. É algo que exige alto investimento dos governantes.

 

Rede

 

Saúde é algo que jamais poderá ficar de fora. Ninguém consegue trabalhar doente. Nenhuma empresa contrata funcionário que esteja com a saúde debilitada. Não é novidade que a saúde pública está sucateada. O SUS se encontra na UTI e parte do Congresso Nacional, sob bençãos do lobby da rede privada, tenta a todo custo destruí-lo. Por outro lado, um país que tenha mão de obra doente nunca será uma nação evoluída.

Mas infelizmente, os partidos de esquerda, incluindo o próprio PT, caíram na armadilha de viajar na “maionese” discutindo projetos de lei de interesse de minorias, como se os objetivos da minoria devessem passar por cima da maioria. Esqueceu a regra básica da votação de assembleia de trabalhadores, onde prevalece o que a maioria aprovou, após ampla discussão. Todas as propostas devem ser discutidas, mas sem esquecer do macro.

Trabalhador, o grosso do eleitorado, não está interessado em conversa de “bicho grilo”. Ele não quer saber se é errado chamar alguém de homem ou mulher, descasado ou solteiro, favela ou comunidade, desempregado ou sem recurso financeiro. Para ele vai interessar sempre ter dinheiro para não passar fome, saúde e boa escola para os seus filhos. O que passar disso é papo de intelectual, que encontra solução para tudo enquanto está bebendo na mesa do boteco.

 

Cabeça

 

A direita não é burra como insinua muitas pessoas. Ela não se divide, como ocorre com a esquerda. Tem foco e luta para concretizar os seus objetivos. Percebeu o vácuo deixado pelos partidos de esquerda na periferia e foi para lá vender o seu peixe embolorado com imagem de bom. Colocou na cabeça dos jovens que ele poderia ser empreendedor trabalhando mais de 12 horas por dia entregando comida ou mercadoria comprada pela internet, ganhando migalhas.

Igual água que tanto bate em pedra dura até que fura, esse discurso encontrou eco. Hoje, o Brasil tem mais de 1 milhão de trabalhadores informais que se encaixam neste perfil, desde ciclistas entregadores a motoristas que pegam as suas corridas em aplicativos. Qual proposta a esquerda vendeu para esse exército de trabalhadores?

Hoje o foco mudou. Tudo gira em torno do digital. É nesta praia que a esquerda precisa fazer as suas discussões. Ícones da década de 60, 70 e 80 não são os mesmos dessa nova classe de trabalhadores. Eles não gastam o seu suado dinheiro comprando CDs, mas baixam as suas canções preferidas na internet. Os seus artistas são outros. São jovens que resolveram descrever a dura realidade de onde vivem, com o seu próprio linguajar, às vezes bruto.

 

Empresa

 

Para nós que passamos dos 60 anos, como é o meu caso, é preciso abrir a visão e constatar que a realidade atual é diferente dos anos de chumbo do regime militar. O discurso é outro. O trabalhador de hoje é imediatista. Não lê jornal de sindicato, mas se informa pelas redes sociais sobre o que acontece no local onde trabalha, quando tem a sorte de ser contratado por uma empresa. É rápido. Deseja que os seus questionamentos sejam contemplados de forma imediata. Não vai perder tempo com longas teses, como era rotina no sindicalismo das décadas de 60 até 90.

Hoje a informação circula rapidamente. É algo instantâneo. É preciso que a esquerda brasileira coloque os seus pés no chão e perceba que o tempo mudou. Invista em lideranças sintonizadas com o momento atual. Deve arquivar os discursos que estiveram na moda no século passado. Estamos em novos tempos. A roda girou. É preciso abrir os ouvidos e saber o que o trabalhador de hoje quer falar. Não querer ser o dono da verdade. É preciso reciclar. Até o sindicalismo precisa adotar outra postura. Não perder tempo com discussão inútil.

Hoje, caso Lula morra, quem a esquerda tem para colocar no seu lugar? Nos diversos partidos de esquerda existentes no Brasil, quais são as lideranças que realmente têm condições de discutir em pé de igualdade com os líderes que a direita tem colocado na arena? Na área da comunicação de massa, qual investimento a esquerda faz para se aproximar da periferia? O próprio Mano Brown já está próximo de ser idoso. Atualmente tem 54 anos. Quem o substituirá?

 

Momento

 

O tempo não espera ninguém. Nem muito menos tem compaixão. Igual veloz carro de corrida, continua seguindo adiante na sua trajetória. O momento é de sentar e criar estratégias de como virar esse jogo. É momento de calçar as sandálias da humildade, deixar de lado o complexo de ser o dono da verdade (ninguém é, porque cada um nós temos as nossas verdades) e sair da zona de conforto. Ir até a periferia e entender os anseios da população.

Conversar com os jovens e ouvir as suas propostas. As suas ideias, os projetos que têm para o futuro que se aproxima todo o dia, porque o dia de ontem já é passado. Ir aos bailes que eles fazem nas ruas, bater papo com as lideranças musicais que fazem sucesso entre essa parcela da juventude. Se aproximar das mulheres que ganham o pão de cada dia vendendo salgadinhos na porta de casa, na porta do metrô, do ponto de ônibus, no rapaz que rala entregando pizzas durante a noite e mercadorias compradas pela internet durante o dia.

Arquivar os discursos de luta de classe, que fizeram a cabeça de muita gente no século passado, mas hoje não encontram mais eco entre a geração que nasceu depois de 1995. Para esse novo eleitor, o importante é o dia de hoje e o de amanhã. Ele está cansado de ouvir falar do passado. A esquerda precisa deixar de lado a mania de querer ser a dona da verdade. Se este leque não se abrir, vai chegar o dia que nem eleição de síndico a esquerda vai vencer.

 Luís Alberto Alves, jornalista, autor dos livros “O flagelo do Desemprego” e “Por que o meio ambiente é tão importante ao trabalhador. Foi assessor sindical durante 15 anos e trabalhou nos principais jornais de São Paulo.

 

 

 

 

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Sinais de fadiga ocular e dicas para amenizar o desconforto


Pixabay


 Radiografia da Notícia

* As denominadas microflutuações de acomodação visual, que são realizadas por meio das contrações de um músculo dentro do olho

O que está diretamente ligado ao aumento de casos de fadiga ocular, que afeta geralmente pessoas com excesso de esforço visual

Não existe outra maneira de descansar a vista a não ser descansando também o corpo

Redação/Hourpress

Nos dias de hoje parece que todo mundo está sempre olhando para uma tela de computador, telefone ou outro dispositivo digital. O que está diretamente ligado ao aumento de casos de fadiga ocular, que afeta geralmente pessoas com excesso de esforço visual para perto, principalmente usando telas com luz artificial (celulares, computador, tablets...) - ou seja, quase todo mundo, não é?

 

Dr. Hallim Feres Neto oftalmologista membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e diretor da Prisma Visão, explica que quando os olhos se concentram num ponto por muito tempo, são realizados ajustes imperceptíveis e incontroláveis para obter foco, as denominadas microflutuações de acomodação visual, que são realizadas por meio das contrações de um músculo dentro do olho.

 

“Ao realizar esse esforço contínuo, acontece o estresse das funções oculares e o cansaço. Como resultado, o olho perde a capacidade de promover o foco exato, ocasionando assim os sintomas de fadiga ocular: desconforto, olhos secos, dores de cabeça, visão turva, dor no pescoço e no ombro, espasmos oculares e olhos vermelhos. A fadiga ocular pode piorar com a idade, pois a nossa capacidade de focar para perto piora perto dos 40 anos.” Completa o médico.


Algumas dicas e atitudes simples podem prevenir e amenizar os sintomas comuns da fadiga ocular.

 

1-Alterne a visão de perto com a de longe com a regra 20-20-20 (a cada 20 minutos pare por 20 segundos e olhe para um objeto a 20 pés ou 6 m de distância);

2-Mantenha o ambiente com a iluminação equilibrada;

3-Use colírios lubrificantes;

4- Evite a incidência direta do ar de ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado no rosto;

5-Faça exames oftalmológicos periodicamente

6-Não existe outra maneira de descansar a vista a não ser descansando também o corpo. Se o corpo está cansado por atividade excessiva, falta de sono ou estresse físico ou mental, nenhuma dessas medidas serão úteis.

 

O oftalmologista reforça que por ser um problema cada vez mais usual, deve-se avaliar se há necessidade de usar óculos, ou realizar algum tratamento. Consultar um especialista é muito importante em casos de desconforto significativo (conjuntivite, dor de cabeça, mas também fadiga geral).

Alimentos podem ajudar a prevenir o câncer de mama

                              Arquivo/Hourpress


Radiografia da Notícia

Especialista em Nutrição do Ceub defende a alimentação saudável como combate eficaz contra a doença 

* Tem como foco conscientizar a população sobre o cuidado integral do câncer de mama e do colo do útero

As bebidas com altos teores de açúcar e bebidas alcoólicas também são prejudiciais e devem ser evitadas

Redação/Hourpress

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no Brasil e a prevenção, com o diagnóstico precoce, é essencial para reduzir a ocorrência e a mortalidade em decorrência da doença. A campanha Outubro Rosa de 2024 tem como foco conscientizar a população sobre o cuidado integral do câncer de mama e do colo do útero, incentivando práticas de saúde e a detecção precoce.

Ana Salomon, professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB), destaca que a alimentação saudável é um fator determinante na prevenção da doença. Segundo ela, adotar hábitos alimentares equilibrados e realizar exames periódicos podem fazer toda a diferença na prevenção do câncer.

 Confira entrevista na íntegra:

Quais alimentos são os vilões da alimentação para as mulheres?

AS: Dentre os alimentos considerados inadequados, estão os fast foods, alimentos ultraprocessados, que contêm quantidades elevadas de gorduras saturadas e açúcar, além de gorduras trans – que não devem ser consumidas em quantidade alguma. O consumo elevado de carnes vermelhas (mais de 500 g de carne por semana), bem como das gorduras das carnes (gordura aparente, peles e couro) também impacta na saúde feminina e na produção de hormônios, interferindo de forma negativa na amamentação e na própria fertilidade. As bebidas com altos teores de açúcar e bebidas alcoólicas também são prejudiciais e devem ser evitadas.

 Existem grupos de alimentos cancerígenos que devemos banir da alimentação?

AS: Peixes em salga, carnes em conserva e embutidos devem ser evitados por aumentarem o risco para câncer. Além, é claro, dos alimentos ricos em açúcar e gordura. O mesmo deve ser considerado para as bebidas açucaradas e bebidas alcoólicas, que devem ser igualmente evitadas.

 Quais alimentos ajudam o corpo a funcionar melhor e prevenir o surgimento de câncer?

AS: Os alimentos ricos em fibras, como as frutas, legumes e verduras e cereais integrais que, além das fibras, são compostos por vitaminas e minerais antioxidantes que protegem o corpo contra os efeitos danosos dos fatores ambientais a que estamos expostos, como a poluição e a fumaça oriunda das queimadas, dentre outros agentes ambientais prejudiciais.

Dentre os vegetais, destaco o consumo dos vegetais não amiláceos: cenoura, beterraba, aipo, nabo, assim como vegetais verdes, folhosos (como espinafre e alface); vegetais crucíferos (brócolis, repolho e agrião); e do gênero allium, como cebola, alho e alho-poró. As batatas e tubérculos (inhame, cará, mandioca) devem ser consumidos com moderação, por conterem teores mais elevados de energia e carboidratos, o que pode contribuir para o aumento de gordura corporal que, quando localizada em abdome, promove o aumento de risco cardiovascular e de alguns tipos de câncer.

Quanto às frutas, vale reforçar a importância do consumo de frutas de cores diferentes (por exemplo, vermelha, verde, amarela, branca, roxa e laranja), para garantir um aporte adequado de vitaminas e minerais. Assim, a grande base da alimentação deve ser composta por grãos integrais, vegetais não amiláceos, frutas e leguminosas (como feijão, soja, grão de bico, lentilha ou ervilha fresca).

 

Quais substâncias benéficas encontradas nos alimentos que preservam a saúde da mulher, em especial?

AS: Vitaminas, minerais e fibras, que atuam mantendo o equilíbrio corporal, evitam o estresse oxidativo (que favorece o câncer) e promovem um funcionamento intestinal normal. Segundo o INCA, não existe benefício em substituir as fontes alimentares desses nutrientes por suplementos vitamínicos e minerais que, além de não gerarem o mesmo efeito (por não conterem todas as substâncias que os alimentos possuem), podem aumentar o risco para certos tipos de câncer, quando consumidos em doses excessivas (principalmente sem a orientação e prescrição de um médico ou nutricionista).

 

Qual é a relação entre os alimentos orgânicos e os alimentos vendidos em mercados tradicionais. Dá para manter uma dieta equilibrada e de baixo custo?

AS: Os alimentos orgânicos têm a vantagem de não demandarem a utilização de agrotóxicos, que causam prejuízos nas células, aumentando o risco para câncer. É possível manter uma dieta equilibrada e de menor custo quando adquirimos esses alimentos de produtores locais que, por não precisarem da intermediação de comerciantes, conseguem manter os preços mais acessíveis.

 

Quais as gorduras podem e devem ser consumidas para a boa saúde feminina?

AS: As melhores gorduras são aquelas provenientes de fontes vegetais, com exceção de gordura de coco e palma. As gorduras de melhor qualidade se mantêm na forma líquida na temperatura ambiente, como os óleos vegetais e o óleo de peixe. Já as gorduras mais prejudiciais se mantêm mais pastosas em temperatura ambiente (como a gordura do coco). Exemplos de boas gorduras são o azeite de oliva, as gorduras presentes em frutas (como o abacate), oleaginosas (castanhas, amendoim, amêndoas, nozes, entre outras) e sementes (girassol, gergelim, entre outras).

 

Os laticínios são boas opções dentro dessa proposta de alimentação saudável?

AS: São, sim. Especialmente porque o leite e seus derivados são boas fontes de cálcio, entre outros minerais e vitaminas. Devem ser escolhidas as opções com menores teores de gorduras, que são os desnatados ou semidesnatados.

 

Existe alguma suplementação ou reposição capaz de evitar o aparecimento dessas doenças?

AS: Não existem pesquisas que comprovem que suplementos são boas opções para a substituição do alimento em si, o que é reforçado pelo INCA. Na realidade, um suplemento utilizado sem a prescrição de um profissional habilitado pode inclusive prejudicar o funcionamento do corpo e aumentar o risco de câncer.

Assim, não é indicado o uso de suplementos para a prevenção de doenças. O que se indica é a realização de um acompanhamento regular com o médico e o nutricionista, que, na suspeita de alguma deficiência, solicitarão exames e, caso seja comprovada, farão a reposição específica de nutrientes em deficiência.

 Qual recado você gostaria de deixar às mulheres, em relação ao cuidado com a alimentação e a prevenção de doenças?

AS: Uma alimentação saudável, que inclui preparações à base de alimentos naturais e que contemple variedade e quantidade corretas de frutas, verduras e legumes (no mínimo 400 gramas ao dia ou 5 porções), além de cereais integrais, é fundamental para manter um estado nutricional adequado e para prevenir vários tipos de doenças. E não só isso: garantir o consumo de uma alimentação saudável é garantir um futuro saudável, com qualidade de vida!


Quem tem artrite pode fazer exercícios físicos?

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Radiografia da Notícia

* Reumatologista e educador físico do Cejam esclarecem a questão e oferecem dicas para aliviar as dores e promover o bem-estar por meio de atividades físicas

Embora seja mais frequente em mulheres entre 30 e 40 anos, a doença pode afetar pessoas de qualquer idade

Atualmente, essa condição atinge cerca de 2 milhões de brasileiros

Redação/Hourpress

As doenças reumáticas afetam mais de 38 milhões de pessoas em todo o mundo, com 15 milhões de casos registrados no Brasil. Entre os tipos mais prevalentes estão as artrites, sendo a artrite reumatoide uma das mais comuns. Atualmente, essa condição atinge cerca de 2 milhões de brasileiros, conforme dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Embora seja mais frequente em mulheres entre 30 e 40 anos, a doença pode afetar pessoas de qualquer idade, inclusive crianças. Pensando nisso, o Dia Mundial da Artrite Reumatoide, celebrado em 12 de outubro, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e dos cuidados adequados.

“A Artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que se inicia com dor, calor, edema, extensão e limitações de movimento, principalmente nas articulações das mãos, punhos, pés, tornozelos, joelhos e coluna cervical", explicou Márcia Veloso, reumatologista do Cejam - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim”.

Vida

Os sintomas mais comuns ainda incluem desconforto, especialmente nas primeiras horas do dia, rigidez, inchaço e fadiga excessiva. Ainda que seja uma condição sem cura, o tratamento adequado, aliado a hábitos saudáveis, permite controlar as ocorrências e melhorar significativamente a qualidade de vida.

"Se a pessoa notar a presença de alguns desses sintomas por um período superior a seis semanas, é crucial buscar ajuda de um reumatologista, pois pode ser um indicativo de Artrite Reumatoide. É preciso alertar que esse quadro, sem o tratamento adequado, tende a resultar em perda de movimento nas áreas afetadas e atrofia muscular regional”, afirma a médica. 

Ela explica que, de início, além do tratamento medicamentoso é extremamente necessário adotar medidas complementares como fisioterapia e terapia ocupacional para preservar a mobilidade e a funcionalidade das articulações. No entanto, à medida que os sintomas passam a melhorar, a prática regular de atividades físicas se torna igualmente crucial e faz toda a diferença.

Quadro

Muitos pacientes com o diagnóstico temem que a realização de atividades físicas possa piorar a dor ou trazê-la de volta, mas a ciência atesta o contrário. “A maioria das atividades físicas melhora a circulação sanguínea, incrementa a mobilidade e fortalece os músculos, o que é particularmente benéfico para quem tem problemas nas articulações. Esse quadro reduz a sobrecarga nas áreas afetadas”, complementou Washington de Souza, profissional de educação física do Cejam.

Entre as atividades recomendadas por ele estão exercícios de baixo impacto, como caminhadas e atividades aquáticas. “A caminhada favorece a circulação sanguínea e diminui o desconforto. Já a natação e a hidroginástica minimizam o impacto, permitindo que os pacientes se exercitem sem sentir dor intensa”, ressaltou.

Outras práticas como alongamento, pilates e yoga também são indicadas, pois, além de melhorarem a flexibilidade e fortalecerem músculos específicos, ajudam a aliviar a dor e melhoram a mobilidade. 

Dor

O profissional destaca que a musculação e o treinamento funcional com pesos ou elásticos, quando realizados corretamente, também fortalecem os músculos ao redor das articulações, já que são exercícios que contribuem para a redução da pressão sobre as áreas afetadas.

Por outro lado, existem práticas que são desaconselhadas para pessoas com artrite. Atividades de alto impacto, especialmente durante períodos de dor aguda, não são recomendadas. Corridas, saltos ou esportes que impõem grande estresse nas articulações, como futebol, basquete e vôlei podem intensificar a dor e a inflamação.

Cuidados diários que potencializam o tratamento

Além da atividade física, outros hábitos diários podem ajudar a aliviar os sintomas da artrite e melhorar o bem-estar. “A crioterapia, por exemplo, é uma ótima aliada para reduzir o inchaço e a inflamação. Já para o alívio da dor muscular, compressas quentes são indicadas, pois favorecem o relaxamento e a circulação”, orientou Washington.

Manter uma alimentação saudável e equilibrada é outro aspecto fundamental nessas horas, pois além de auxiliar no controle do peso, uma boa dieta pode amenizar o processo inflamatório.

“E não menos importante é preciso buscar a qualidade do sono, já que durante o período de descanso, o corpo realiza a recuperação e reparação dos tecidos”, finalizou.


Saiba quais plantas devemos evitar em ambientes internos

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Radiografia da Notícia

* Médica especialista em alergias respiratórias explica que determinadas espécies, como o Lírio da Paz, a Samambaia, o Ficus e até mesmo as Orquídeas, podem desencadear reações em pessoas mais sensíveis

*Entenda o porquê e quais são as melhores opções

As reações adversas, que vão de espirros a irritações mais graves, podem ser desencadeadas por espécies comuns que decoram nossos lares

Luís Alberto Alves/Hourpress

Com a crescente tendência de trazer a natureza para dentro de casa, a presença de plantas de interior se tornou um símbolo de bem-estar e estilo. No entanto, esse amor pelo verde pode esconder perigos, especialmente para pessoas alérgicas. As reações adversas, que vão de espirros a irritações mais graves, podem ser desencadeadas por espécies comuns que decoram nossos lares.

“O encanto das plantas não deve ofuscar os riscos que algumas delas representam para a saúde, especialmente em épocas de polinização intensa”, alerta a especialista em doenças respiratórias Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista. Entre as espécies mais problemáticas, segundo ela, estão o Lírio da Paz, popular por suas flores, mas que pode causar reações adversas, e a Samambaia, que tende a acumular poeira e mofo, agravando problemas alérgicos.

“A umidade que algumas plantas retêm pode se transformar em um ambiente propício para o crescimento de fungos, que são alérgenos conhecidos”, explicou.

Outras plantas, como o Ficus e as Orquídeas, também podem liberar substâncias irritantes, potencializando a sensibilidade em indivíduos predispostos. “Para quem sofre de alergias, é importante considerar o tipo de planta que se tem em casa. Alternativas mais seguras, como o Aloe vera e a Palmeira de Areca, podem ser opções viáveis que ajudam a melhorar a qualidade do ar sem causar reações alérgicas”, sugeriu.

Primavera

Ela explica que, durante a primavera, o aumento da polinização também pode exacerbar os sintomas alérgicos. Portanto, é outra questão que devemos ficar atentos. “A primavera é uma estação que traz um incremento nos níveis de pólen, o que pode ser desafiador àqueles que já enfrentam alergias. Monitorar as contagens de pólen, por meio de sites, aplicativos e serviços meteorológicos locais pode ser uma estratégia eficaz nesse contexto, para evitar atividades ao ar livre em dias de alta polinização”, recomendou a otorrinolaringologista.

Plantas Artificiais

Para os que optam por plantas artificiais, a Dra. Cristiane Passos Dias Levy enfatiza que a manutenção regular é crucial. “Embora plantas artificiais não produzam pólen, elas também podem acumular poeira e alérgenos. Limpeza frequente e o uso de produtos hipoalergênicos são essenciais para garantir um ambiente livre de irritantes”, concluiu.

Assim, ao escolher plantas para ambientes internos, é fundamental ponderar os benefícios e os riscos, garantindo que a beleza da natureza não venha acompanhada de desconforto alérgico.

Abaixo seguem as principais dicas para alcançar esse objetivo:

Escolha plantas seguras. Ou seja, opte por espécies menos alergênicas, como Aloe vera e Palmeira de Areca, e evite plantas conhecidas por causar reações, como Ficus e Samambaia.

Mantenha as plantas limpas, higienizando regularmente as folhas para remover poeira e mofo, minimizando a acumulação de alérgenos.

Garanta boa ventilação, mantendo o ambiente bem arejado para reduzir a umidade e evitar o crescimento de fungos.

Monitore as contagens de pólen. Há sites e aplicativos como Weather.com e Pollen.com para acompanhar as contagens de pólen em sua área.

Planeje as atividades ao ar livre. Isto é, evite sair em dias de alta contagem de pólen, especialmente durante as manhãs.

Considere plantas artificiais. Se você é alérgico, plantas artificiais podem ser uma alternativa, mas devem ser limpas regularmente para evitar poeira.

Consulte um especialista. Para orientações personalizadas, consulte um otorrinolaringologista ou alergologista, especialmente se você tem histórico de alergias.

Hepatologista Esclarece Impactos de Erro no Protocolo de Segurança em Transplantes após Casos de Contaminação por HIV

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Radiografia da Noticia

* Após erro no protocolo de transplantes, seis pacientes contraíram HIV

* Dra. Patrícia Almeida, hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, esclarece que o sistema de transplantes no Brasil é seguro

* Com triagens rigorosas para evitar a transmissão de doenças, e explica como o manejo desses casos deve ser feito

Redação/Hourpress

Na última semana, foi noticiado que seis pacientes contraíram HIV após um erro no protocolo de segurança de órgãos para transplante. Esse incidente grave reacendeu discussões sobre a segurança nos processos de triagem e transporte de órgãos, além de gerar dúvidas entre a população sobre a segurança do protocolo e como minimizar os riscos de infecção.


No Brasil, pessoas que vivem com HIV não podem ser doadoras de órgãos, exceto em casos especiais onde o receptor também seja HIV positivo. Uma medida de proteção para garantir a segurança dos receptores. A triagem pré-transplante é composta por exames obrigatórios para doenças transmissíveis, como HIV, hepatites B e C, sífilis e outras infecções, e casos como este indicam falhas pontuais que devem ser investigadas para prevenir ocorrências futuras.


Dra. Patricia Almeida, hepatologista do Hospital Israelita Albert Einstein explica que "O diagnóstico de HIV em um paciente transplantado exige uma abordagem imediata e multidisciplinar. A triagem pré-transplante inclui exames para doenças transmissíveis, e qualquer falha nesse processo pode ter consequências sérias. É fundamental que todos os protocolos de segurança sejam seguidos de forma criteriosa, mas devemos lembrar que o sistema brasileiro de transplantes tem altos índices de segurança e eficiência."


A especialista também explica que o manejo do paciente transplantado com HIV envolve cuidados precisos para controlar a infecção e preservar o funcionamento do órgão transplantado. "O controle do HIV em pacientes transplantados requer uma coordenação entre infectologistas, imunologistas e a equipe responsável pelo transplante para garantir a saúde do paciente e o sucesso do transplante," conclui.


Esclarecimentos Importantes:


Como é feita a triagem de órgãos?

A triagem envolve testes rigorosos, incluindo exames sorológicos e moleculares, como o PCR, para identificar vírus como HIV, hepatite B e C, entre outros. Essa triagem visa proteger tanto o receptor quanto o doador, garantindo a compatibilidade e a viabilidade do transplante.


O que fazer após um diagnóstico de HIV em um paciente transplantado?

O tratamento antirretroviral (TARV) deve ser iniciado ou ajustado imediatamente, levando em consideração a interação dos medicamentos com os imunossupressores usados para prevenir a rejeição do órgão. A equipe multidisciplinar deve monitorar a função do órgão transplantado e o status imunológico do paciente.

 

Quais são as medidas preventivas contra infecções oportunistas?

Pacientes transplantados e com HIV são mais suscetíveis a infecções oportunistas, como Pneumocystis jirovecii e citomegalovírus (CMV). Profilaxias são frequentemente recomendadas para evitar complicações adicionais.


Dra. Patricia Almeida ressalta que, apesar do incidente, é importante não desmotivar a doação de órgãos, uma prática que salva milhares de vidas anualmente no Brasil. "É fundamental que continuemos incentivando a doação e aprimorando os protocolos para garantir segurança máxima aos receptores," concluiu a médica.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Psiquiatra explica como funciona procedimento que inibe impulsos sexuais em homens

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Radiografia da Notícia

*Segundo especialista do CEUB, o método proposto pelo Congresso Nacional não deve ser visto como solução única ou infalível

De acordo com o especialista, a castração química pode, de fato, impactar a redução de crimes sexuais

* Condenados reincidentes por crimes como estupro (art. 213), violação sexual mediante fraude (art. 215) e estupro de vulnerável (art. 217-A) poderão se submeter ao tratamento químico 

Luís Alberto Alves/Hourpress

Já aprovado no Senado, o Projeto de Lei n° 3127, de 2019, que sugere a castração química voluntária como parte do tratamento para reincidentes em crimes contra a dignidade sexual, divide opiniões quanto à ética do ato, seu papel no sistema penal e a complexidade de lidar com crimes deste tipo apenas pelo controle da libido. Se aprovada na Câmara dos Deputados, a medida entrará em vigor na data de sua publicação. Lucas Benevides, psiquiatra e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (Ceub), explicou o procedimento e seus efeitos.
 
De acordo com o especialista, a castração química pode, de fato, impactar a redução de crimes sexuais, especialmente quando a agressão está fortemente vinculada a impulsos sexuais descontrolados. Benevides considera que a diminuição dos níveis de testosterona por meio do tratamento, em alguns casos, pode diminuir a reincidência em crimes de violência sexual. No entanto, o médico ressalta que a eficácia da castração química pode variar de caso a caso: "Alguns criminosos cometem delitos por questões de poder, controle ou sadismo, que não são necessariamente mitigadas pela castração química".
 
Segundo o projeto, condenados reincidentes por crimes como estupro (art. 213), violação sexual mediante fraude (art. 215) e estupro de vulnerável (art. 217-A) poderão se submeter ao tratamento químico hormonal de forma voluntária. Nesse sentido, aqueles que aceitarem o tratamento poderão receber livramento condicional, desde que cumpram os requisitos legais estabelecidos pela Lei de Execução Penal e desde que o tempo do tratamento seja, no mínimo, equivalente ao dobro da pena máxima prevista para o crime cometido.

Normal
 
Sobre o procedimento designado como tratamento, Lucas Benevides explica que a castração química envolve a administração de medicamentos que reduzem os níveis de testosterona no corpo, diminuindo o desejo sexual e os impulsos relacionados. Segundo o especialista, estes medicamentos podem ser tomados via oral ou por injeções e têm efeito reversível - uma vez interrompidos, os níveis hormonais podem voltar ao normal. 
 
Entre os medicamentos mais utilizados estão: Medroxiprogesterona Acetato (MPA): Progestágeno sintético, que reduz a produção de testosterona; Leuprolida: Agonista de GnRH, que suprime os níveis de testosterona a longo prazo; Triptorelina: agonista de GnRH utilizado para reduzir a produção de testosterona; Ciproterona e Acetato: antiandrogênico que bloqueia os efeitos da testosterona.
 
O psiquiatra e docente do Ceub alerta que muitos crimes sexuais estão relacionados a impulsos exacerbados, com motivos complexos e multifacetados. Segundo ele, fatores psicológicos, sociais e comportamentais desempenham papéis significativos e devem ser considerados durante a votação do Projeto de Lei: “A libido pode ser um fator importante, mas não é o único em crimes como estes”.