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domingo, 26 de janeiro de 2025

Inseminação caseira, especialistas alertam para riscos

    Pixabay


Radiografia da Notícia

Apesar de ganhar destaque nas redes sociais, a inseminação caseira apresenta riscos à saúde, desafios legais e emocionais, sendo contraindicada por órgãos de saúde como a Anvisa.

A inseminação caseira é a colocação do sêmen dentro da vagina com o objetivo de engravidar

Por ser um procedimento não médico, não há garantia de segurança quanto à realização de exames prévios

Redação/Hourpress

Nos últimos dias, a inseminação caseira viralizou como um método alternativo para mulheres que desejam engravidar. O procedimento, que envolve a introdução do sêmen na vagina utilizando seringas ou dispositivos similares, pode parecer uma solução simples e acessível, mas especialistas alertam para os riscos à saúde e à segurança legal dessa prática.


De acordo com a Dra. Graziela Caneo, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana da La Vita Clinic, e o Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista e especialista em reprodução humana, a inseminação caseira apresenta sérias limitações: “A ausência de controle sanitário, exames prévios e orientação profissional pode levar a complicações graves, tanto para a mulher quanto para o futuro bebê”, explica a Dra. Graziela.


O que é inseminação caseira e como é realizada?


A inseminação caseira é a colocação do sêmen dentro da vagina com o objetivo de engravidar, realizada fora de uma clínica ou hospital. “Comumente, o procedimento envolve a coleta de sêmen por masturbação ou em ato sexual com preservativo, seguida da colocação desse sêmen no fundo da vagina utilizando seringa ou outro dispositivo durante o período fértil”, descreveu o Dr. Alfonso Massaguer.


Por ser um procedimento não médico, não há garantia de segurança quanto à realização de exames prévios, o que pode expor a mulher a riscos, como infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e outras complicações. Além disso, podem surgir questões legais relacionadas à paternidade e direitos vinculados ao futuro bebê.


Os principais riscos para a saúde da mulher incluem infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), reações alérgicas a materiais não esterilizados e alterações hormonais. “Pode também ocorrer contaminação do sêmen durante a manipulação, o que aumenta o risco de doenças bacterianas”, alertou o Dr. Alfonso. Para o bebê, o procedimento em si não traz riscos diretos, mas pode haver complicações secundárias a infecções maternas e problemas genéticos pela falta de triagem do doador.


A inseminação caseira não é recomendada pela Anvisa e por nenhum outro órgão público ou conselho médico devido à falta de controle sobre a segurança sanitária do procedimento. “A utilização de materiais não esterilizados e a ausência de acompanhamento médico colocam em risco a saúde da mulher e do bebê, além de gerar implicações legais”, reforça a Dra. Graziela.


Por ser um procedimento sem regulamentação, pode gerar disputas jurídicas envolvendo a paternidade e os direitos legais relacionados ao bebê. O Dr. Alfonso alerta: “A falta de contratos e orientação jurídica pode resultar em conflitos, como o doador mudar de ideia e querer participar da vida da criança, ou a mãe enfrentar dificuldades para garantir seus direitos”.


Os médicos reforçam que existem alternativas seguras e acessíveis para casais ou mulheres que buscam métodos de reprodução assistida, mas enfrentam limitações financeiras. “Sim, alternativas mais acessíveis incluem clínicas privadas que oferecem serviços de reprodução assistida a baixo custo, projetos universitários e até mesmo o SUS”, explica a Dra. Graziela. “Os custos desses procedimentos estão cada vez menores e mais acessíveis à população”, complementa o Dr. Alfonso.


Dados Relevantes

De acordo com um levantamento recente, as buscas por inseminação artificial sob supervisão médica ainda superam significativamente as por inseminação caseira. Em 2024, a proporção de pesquisas no Brasil foi de aproximadamente 10 para cada 1 relacionada ao método caseiro.

No entanto, o interesse pela inseminação caseira tem crescido. Em 2023, as buscas sobre o tema aumentaram 80% em relação ao ano anterior, ultrapassando em 13% o recorde registrado em 2021.

Embora a inseminação caseira seja retratada como uma solução fácil, é essencial priorizar a segurança e o acompanhamento profissional. Buscar alternativas seguras é a melhor forma de garantir a saúde da mulher e do bebê, além de evitar complicações legais e emocionais.

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