Agora o negócio é pior
Luís Alberto Alves/hourpress
Entramos na era da ditadura
verbal! Agora você não pode fazer nenhum tipo de comentário, a respeito de
nada. Mesmo diante do erro, precisa permanecer calado. Em nome do politicamente
correto (agressão ao bom senso, pois só existe correto ou incorreto, o que
passar disto é besteira) não abra sua boca...
Filhos
Seus filhos, que você derrama
suor agüentando mau humor de chefe ou diretoria para pagar colégio ou mesmo
faculdade, podem te agredir, até fisicamente, porém você não pode em hipótese
nenhuma dar uma palmada nele. O Estado que jamais pagará suas contas, agora
pode interferir dentro da tua casa...
Militares
O regime militar de 1964, que
ceifou a vida de um primo, reprimia forte nas ruas, escolas, universidades,
sindicatos, partidos políticos, mas não o impedia de fazer comentários. Os
militares não queriam era passeatas e manifestações nas ruas, portas de
fábricas e faculdades. Agora o negócio é pior. Caso você diga algo, contrário
às regras que o politicamente impôs à sociedade, estará rumando ao inferno...
Constituição
Curioso é que a Constituição
permite a livre expressão, mas parece que a Lei máxima desta nação perdeu sua
validade. Tudo isso é ruim por que você precisa se policiar a todo instante. No
caso de telejornais e emissoras de rádio, um vacilo pode ser o passaporte para
todo o tipo de agressão verbal. Você não pode falar, mas quem te agride tem a
liberdade de partir para cima da sua integridade física e moral, vomitando
regras que nunca cumpriu...
Liberdade
Fico triste. Não foi para este
tipo de sociedade que participei de passeatas na década de 1970, correndo risco
de parar nos porões da repressão da ditadura. Também não tomei chuva e gritei “diretas
já” no dia 25 de janeiro de 1984, na Praça da Sé, em SP, para ver a cada dia
grupelhos se autodenominando donos da verdade, procurando ceifar um bem tão
precioso, chamado liberdade. Mas quem planta colhe. Quem semeia ódio receberá
tempestade como fruto...
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