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Fachada do prédio, na Rua Brigadeiro Galvão, 247, apartamento 23, onde mora um torturador da época da Ditadura Militar |
Luís
Alberto Alves
A essência do
jornalismo é a curiosidade. Em 2016 completa 40 anos da morte sob tortura no
DOI/Codi, do metalúrgico Manoel Fiel Filho. Acusado de pertencer ao PCB
(Partido Comunista do Brasil). Preso no dia 16 de janeiro, sexta-feira, ao
meio-dia, na porta da metalúrgica onde trabalhava no bairro da Mooca, Zona
Leste de SP, estava morto no final da manhã de sábado, 17 de janeiro.
A Lei da Anistia
impediu que os assassinos de Manoel Fiel Filho fossem presos e condenados pelo homicídio.
Dois dos torturadores, o hoje aposentado tenente da PM, Tamotu Nakao, 82 anos,
mora na Rua Teodomiro Uchôa Neto, nº 396, bairro Jardim Presidente Dutra, Ribeirão
Preto, próximo à Avenida Castelo Branco, e o delegado, também aposentado,
Edevarde José, 85 anos, reside na Rua Brigadeiro Galvão, 247, apartamento 23,
Barra Funda, Centro de SP.
Foi fácil localizar
ambos, usando a tecnologia oferecida pela internet, inclusive mostrando a
fachada dos imóveis onde estão os dois facínoras, pessoas extremamente sádicas,
que sentiram prazer de matar sob tortura o metalúrgico que cometeu o crime de
receber o jornal Voz Operária, editado pelo PCB. O assassinato de Manoel Fiel
Filho derrubou o comandante do II Exército Ednardo D´Ávila Mello.
Os vizinhos de
Tamotu e Edevarde não suspeitam que os dois velhinhos têm as mãos manchadas de
sangue. Como faziam parte da máquina de matar da Ditadura Militar de 1964, é
bem provável que tenham executado diversos opositores aplicando choques
elétricos e desferindo golpes de tacos de madeira e aplicando o temível
afogamento (mangueira cheia de água dentro da boca do acusado, com nariz
tapado) para arrancar confissões. Ambos são lobos em pele de cordeiro. Merecem
o desprezo da população de bem.
Muito boa a lembrança, tem atualizações do caso? Eles continuam vivos?
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